quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Donzela Cristã I - Santificar a Mocidade

     Donzelas, hoje inicio aqui uma série de textos do livro Donzela Cristã, do Padre Matias de Bremsheid(Editora Paulinas, 1935), que pode ser encontrado em PDF no blog Alexandria Católica.
Você pode baixar lá e ir lendo por si, ou acompanhando conosco conforme forem sendo postadas as leituras.
Donzelas sonham com o amor de um homem que possua,

1º- Orna, donzela cristã, de virtudes a tua mocidade.

Para isto, deve o teu pensamento, antes de tudo, incitar-te para Deus. Quando desejas
mimosear tua amiga com uma rosa, certamente, não lhe envias uma flor sem viço, cujas
pétalas caíram em parte, antes escolhe a rosa mais fresca, mais viçosa e mais olorosa do
teu jardim; pois, somente esta será recebida com gratidão, enquanto a primeira será
desdenhosamente rejeitada. Do mesmo modo deverá proceder, donzela cristã, para com
teu Deus. A mocidade é o tempo mais belo, mais florescente mais alegre de tua vida.
Assemelha-se à primavera, na qual, por toda parte, na natureza, se agita uma juventude
forte e fresca; inúmeras flores abrem a doce corola, o céu azul sorri por cima de nossas
cabeças e uma exalação aromática nos envolve. Assim sucede agora contigo.

Como corre fresco e forte o sangue em tuas veias, como teus olhos cheios de esperança
fitam o futuro, e como são elásticas as forças do teu espírito! Teu coração ainda não está
dominado pelas paixões e se entusiasma por tudo quanto é elevado e bom. Na tua força
juvenil e na tua inocência, tu és mil vezes mais bela que a mais formosa flor, de cujas
pétalas pende uma gota de orvalho, onde brilha maravilhosa a imagem do sol.
Este tempo mais belo de tua vida não o deves negar a Deus, a quem tudo tens que
agradecer, até a última gota de sangue de tuas veias e a menor fibra de teu coração; a
Deus, para cujo serviço fosse criada e perante cujo tribunal hás de comparecer um dia, a
fim de lhe prestar contas de toda tua vida, como também de tua mocidade; a Deus que te
ama infinitamente e que encontra o Seu maior prazer nos serviços que lhe prestas na tua
mocidade, e por isto Se inclina para ti cheio de graças e pede o teu amor sincero:
“Minha filha, dá-me o teu coração”. (Prov. 23,26). Este teu nobre coração não o deves
negar a Deus, para dá-lo ao mundo, que aproveita de ti e por fim te ilude; nem a uma
paixão que te escraviza, cega e conduz ao caminho de perdição. Não, não! Tal coisa não
pode, nem deves querer. Tem sempre em vista a admoestação do Espírito Santo:
“Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade” (Ecl. 12,1). Alegremente e com
entusiasmo deves consagrar-lhe o mais belo tempo de tua vida. De fato: somente aquilo
que é mais belo, melhor e mais excelente é digno de Deus.

"O valor das coisas não está...

2º- Orna donzela cristã, de virtudes, a tua mocidade.
Para isto, deve, em segundo lugar, o teu pensamento incitar-te para teus pais. Eles te
amam ainda mais do que podes pressentir. Seu coração pulsa por ti, seu entendimento
pensa e cuida de ti, suas mãos trabalham por ti. As camarinhas de suor que lhes
deslizam pela face, equivalem ao teu bem-estar: os muitos, pequenos e grandes
sacrifícios que tua mãe se impõe, todos os seus pensamentos e trabalhos, preces e
sofrimentos são consagrados à tua felicidade. A tudo quanto teus pais fazem e sofrem
por ti suas esperanças para o futuro; confiam que não te esqueças os seus benefícios,
antes os compenses por teu excelente proceder; esperam que lhes enchas o coração de
alegria e satisfação; que, um dia, quando chegarem à velhice, com as mãos a tremer e os
pés a vacilar, sejas sem dúvida, o seu cajado, sobre o qual poderão apoiar-se com
firmeza na sua caducidade. Não queres, porventura, satisfazer esta esperança de teus
pais? Não queres ser grata ao seu grande amor e desvelo por ti? Perto que sim,
porquanto possuis um coração nobre e leal. Conheces, porém, o melhor e mais seguro
modo de manifestar essa gratidão a teus pais?
Ei-lo: viver a vida cristã, distinguindo-te entre as companheiras de tua idade pela virtude
e pureza de costumes, pela modéstia e diligência, sendo por todas, que te conhecem,
altamente apreciada e honrada. Quando o souberem teus pais, sentir-se-ão altamente
ressarcidos de todos os cuidados e sacrifícios que houverem feito por ti. Mas do que o
jardineiro com suas flores, mais do que o arquiteto com o êxito feliz de sua obra de arte,
se alegrarão teus pais contigo, se transcorreres a mocidade ornada das mais belas
virtudes. Será então a alegria e o enlevo, a consolação e o legítimo orgulho, a felicidade
e a coroa da glória de teus progenitores. Verificar-se-á em teus pais a palavra da
Sagrada Escritura: “Oxalá, se alegrem teu pai e tua mãe, e se rejubile aquela que te deu
a luz”. Prov.23,25). Esforça-te, pois, para que um dia possas dizer com sinceridade:
tenho sido alegria e o orgulho de meus pais.


3º- Enfeita tua mocidade com as virtudes.
Para isto deve finalmente o teu pensamento, em terceiro lugar, incitar-se para ti mesma.
Quando alguém deseja construir uma casa que possa por longo tempo desafiar as mais
violentas tempestades e dar segura proteção aos habitantes, deve, antes de mais nada,
lançar um fundamento sólido, uma base firme, um bom alicerce. Se a base for
construída sem o devido cuidado, é para se recear que um dia a casa venha abaixo,
sepultando nos escombros os moradores.
[Nota da transcrição: Aqui faltou a conclusão, pois meu livro veio faltando uma página.]








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